quando Agnaldo Rayol aparecia em um programa para
cantar outra vez Malagueña como, supostamente, o próprio Orlando Silva se a
isto se decidisse, eu lembrava logo de Roberto Carlos e do seu maior hit “Quero
que vá tudo pro inferno”, a canção que mais gritei o dia todo, em especial na
acústica do banheiro. depois deixei de lado o Rei, e João Gilberto mostrou que
uma grande voz até atrapalha uma grande execução, o que Caetano adorou
aprender. aliás, quando apareceu Caetano, tornei-me súbito um empedernido
tropicalista. claro que gostei muito de Chico Buarque, mas nunca fui tão
refinado a ponto de entender bem seu imenso songbook, talvez porque não fosse
também muito “politizado” nos anos sessenta e início dos setenta. eu era e sou
mesmo mais pop, mas ninguém pode ser o que não é, uma frase que ouvi de um
amigo e guardei como uma lição de imensa sabedoria.
Igor Zanoni
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