nos últimos tempos - tempos, muitos afirmam, de
grandes revelações e arrebatamento - o país dos pinhões veio a tornar-se
para muitos a república que por aqui nunca houve, e santuário de cívicas
virtudes, retidão moral, decência, probidade, que prometem guiar-nos a novos
céus e nova terra. não posso deixar de recordar o aforisma do venerável Tao Te
King, “quando se esquece o Tao florescem as virtudes”, pois a naturalidade
gentil do mundo cede lugar a uma cívica incerteza e geral animosidade, amparada
nos braços da justiça que talvez prometa mais do que conviria. mas os que vivem
a vida miúda do país jamais sonhariam com tudo isso, sua vida é árdua como a de
qualquer habitante da república que nunca tivemos, e talvez pouco esperem,
pouco saibam, ainda que muitos torçam muito, ainda mais que pelo Atlético, o
Coxa ou o Paraná.
Igor
Zanoni
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