há pessoas que me cercam cujo movimento não entendo,
não consigo prever nem perceber, assim como não entendo seus chistes e
sorrisos, sua gesticulação, suas roupas. encontro todas muitas vezes por
semana, com a secura que toda gentileza possui, e me perco sem saber do que
podemos tratar a cada encontro, se é preciso tratar de algo ou se é possível.
eu disse ao meu amigo que não percebia o que acontecia em uma reunião ou um
encontro, que me sentia perdido, ele me respondeu que seria impossível eu ficar
atento a pessoas tão obscuras, tentar adivinhá-las. as pessoas obscuras ficam
assim em nós, com um sinal de menos, de falta, de incompletude, melhor isso que
passar a tentar compreendê-las, sentir raiva ou outra tolice.
Igor
Zanoni
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