ao lado de velozes transformações em meu bairro
outrora distante, no qual me vejo agora meio perdido e quase sem saber o
caminho de casa, uma mudança para melhor foi a instalação de uma padaria na
esquina. ela foi arrendada por um casal improvável, um descendente de polonês
ansioso e uma migrante baiana extremamente cordata. ao lado há uma Igreja Mundial
do Reino de Deus, sempre cheia de manhã à noite, com suas preces e cantos
altíssimos, onde as pessoas vêm pedir o que acham necessário e que o pastor
concede por sua posição no Céu. não sei se há ali outro contato entre pastor e
fiéis além desse. mas ao lado da Igreja, a situação é outra, não se pede nada
além de café, pão e leite, a vida está boa e o importante é parar um pouco para
apenas estar perto de alguém e falar sobre uns e outros e seus cuidados. isso é
importante também para a dona da padaria, que reclama que os curitibanos conversam
pouco e não se importam muito com os outros. de modo exato, sereno, sem uma
ruga de preocupação, ela diz que procura conversar, mas se o outro se fecha,
ela permanece tranquila, porque fez a sua parte.
Igor Zanoni
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