as pessoas têm muita energia e vitalidade mas quase já
não podem criar laços e cultura que estejam na base de um “desejo”, de um “sentido”,
ou de um “futuro”. há muito “tempo livre”, mas pouco disponível para a
construção social e pessoal de um self que não envolva palavras tão conhecidas
como “culpa” ou “falta”, que não são a meu ver uma condição humana ou uma
característica dos homens e mulheres modernos. cioran diz que a história da
humanidade permitiria a elaboração de uma “teoria geral da lágrimas”, hobsbawm
em sua autobiografia enfatiza o horror que marcou o século XX , mas tudo isso é
história velha. é também um horror ver pessoas envolvidas em emoções e
dificuldades que poderiam não lhes pertencer, pois elas são marcas de um tempo
e uma história sobre os quais elas não tem muita ação, embora estejam sempre
buscando saídas, espaços interiores, novas formas de relacionamento, nova
compreensão da religiosidade, tomando remédios, indo a psicólogos, procurando
se preparar para empregos interessantes, estudando o anarquismo ou revendo o
socialismo, tentando civilizar o capitalismo, etc. nossa energia é imensa, cada
um de nós iluminaria uma cidade com cabos e fios elétricos adequados. se pudéssemos conectar essas energias
alcançaríamos sim a “liberdade e a imortalidade” buscada pelo mais antigo yôga,
mas não é possível alcançar isso sem um “abolicionismo” global que rompa o
anacronismo do monopólio do capital, da terra e do trabalho tão bem apontado no
Brasil Império por um homem lúcido e corajoso como Joaquim Nabuco.
Igor Zanoni
Chegaremos a isso. Com certeza, as correntes já possui elos soltos!!
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