conheço uma moça vinda do sertão mineiro, trabalhando
hoje em uma lanchonete em curitiba, chamada joana. ela não gosta de seu nome,
que herdou de uma antepassada que não conheceu e gostaria de mudá-lo para
joanna. mas ela sabe que para essa mudança seria necessário contratar um
advogado, explicar seus motivos pessoais e gastar um dinheiro que está longe de
ter. pergunto-me por quê problemas sérios como esse não estão já resolvidos no
país. penso que ninguém considerou um caso assim como de política pública e tratou
de provê-lo de verba adequada ou apenas desburocratiza-lo. não se viu nele um
problema político partilhado por tantos agraciados com o nome de avós distantes
que nada significam, e desdenhou-se do referido problema por não trazer,
supostamente, dividendos a nenhuma clientela. entretanto, ela sofre por isso e
tem dificuldade com a própria moça com a qual se apresenta para os fregueses e
os amigos, pois não se aceita como joana, em definitivo ela não é joana e sim
joanna. isto estaria resolvido há muito se este fosse um país sério e não
tentasse por chifres em cabeça de cavalo. subversivamente, aconselhei a que
passasse a assinar seu nome como deseja pelo menos nos documentos não oficiais.
mas ela tem um pouco de medo de fazer isso e se sente muito oprimida pelas
leis.
Igor Zanoni
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