sábado, 4 de julho de 2015

O Tao diário



embora seja muito difícil compreender outra pessoa ou a si mesmo, ninguém é invisível, e uma relação pode se estabelecer com fundamentos indispensáveis, carinho, cuidado, atenção, mas também coragem e força. estas qualidades não nascem por si, dependem de paciência e desapego. o excessivo apego a si mesmo transtorna uma pessoa, faz com que o tempo todo esteja insegura e sofra apenas por estar no mundo. tira desta pessoa a força com que se move, e ela já não é para si um refúgio, nem pensa seriamente em buscar refúgio nos companheiros e em uma boa visão do que acontece. seu lar já não é a caverna quente tranquila em que repousa e seu trabalho é um inferno incontrolável. muitos buscam felicidade como um estado de espírito caloroso e descuidado, como algo que não sabem muito bem de que se trata mas parecem precisar buscar de modo obsessivo. pensam que a felicidade é o que faz bem a si mesmos, e se for possível aos outros, mas é claro que é quase sempre impossível para elas conciliar os dois objetivos, vagos e opressivos. sem valor e sem coragem, sem força e compaixão a vida é tédio. melhor beber, já que é “melhor morrer de vodka que de tédio”, disse Maiakóvski. vamos daqui até nossa morte, o cuidado é indispensável. neste momento podemos cuidar deste momento, cuidando dele cuidamos do futuro.

                                                                               Igor Zanoni

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