domingo, 26 de janeiro de 2014

Alô Terra!


1
no primário li e vi gravuras nos livros de geografia segundo os quais “ a Terra é redonda e achatada nos polos”. depois mais tarde um professor me disse seriamente que a Terra era totalmente redonda, mais redonda que uma bola de futebol. aí pensei como isso podia ser verdade se havia os Andes, os Himalaias etc. talvez para nós, que vivemos pisando o chão, a Terra não seja mesmo redonda, mas para um piloto a grande altura seja, foi a minha conclusão amadurecida após grandes meditações.

2
quando  vovó ia com vê Felippe a Campinas, ela  tirava sempre um tempo para que eu aprendesse e decorasse versículos bíblicos, para minha formação cristã. tinha preferência por versículos das cartas de Paulo a Timóteo, como:” Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. assim eu deveria ser! com tal iniciação, nunca pude deixar de ser uma pessoa religiosa. quando adulto, decidi usando a razão que era ateu. passei um ano ateu, depois me arrependi e voltei a ser cristão. como devia saber minha vó, Salomão escreveu: “ Ensina a criança no caminho em que deve andar e ainda quando for velho não se apartará dele”. não tive escolha nem tenho agora. o máximo que posso fazer é meditar e ler sobre o que seriamente significa a Bíblia, a vida de Jesus, sua significação para hoje e assim por diante. mas tive uma sorte enorme de viver sete anos ao lado de um seminário das Irmãs Paulinas, com as quais conversava muito e me indicavam os autores mais importantes, nem sempre católicos. gostei muito dos teólogos da crise, bastante politizados, como Emil Brunner e Karl Barth. mais tarde conheci outros menos radicais como Joaquim Jeremias ou, o que sempre releio, Charles Harold Dodd. conheci todos eles fazendo as freiras gastarem seu tempo ocioso, comendo bolachas amanteigadas e tomando café com leite bem doce. uma delas me bajulou um dia dizendo que eu tinha vocação para ser profeta, o que é realmente um absurdo que só cabia no doce coração daquela irmã. percebi que muitas irmãs são esclarecida e até cultas, mas a privação de homens as torna carentes de afeto e um pouco ingênuas. então deu tudo certo e foi bom.

                                                        Igor Zanoni


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