um dos traços do
pensamento moderno é dizer que Deus não existe. desde Feuerbach pelo menos essa
afirmação é bem fundamentada filosoficamente e pouco teólogos ou pastores a
levam em conta. mas para a maioria que afirma essa convicção ela se baseia em
uma razão utilitária. de fato, Deus não é um bem, uma mercadoria, as igrejas
não podem compra-lo, e não tem a ver com os projetos que buscam a abundância
material ou o aspecto progressivo do capitalismo. é claro o despreparo das
igrejas para tocar no tema e a ingenuidade de sua pregação, que ousam se
colocar como representantes de Deus e falar em seu nome. como discute Karl
Barth, os homens tem uma promessa, cujo cumprimento pertence a Deus. entre
ambos media a fé. ela não permite falar do cumprimento, ou da existência ou não
de Deus. para nós Ele sempre viverá muito longe do que podemos ver ou sentir,
em uma esfera própria, sua. podemos ter a promessa e a fé, mas falar de Deus ou
pregar sobre Ele em uma igreja é sempre crítico. por isso a crítica do que as
próprias igrejas fazem e afirmam deve ser sua e nossa responsabilidade, mas
isto é muito diverso de uma afirmação sobre a “existência” de Deus, como se Ele
fosse um de nós e pudéssemos encontrá-lo por aí no mundo.
Igor Zanoni
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