quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Crítico


um dos traços do pensamento moderno é dizer que Deus não existe. desde Feuerbach pelo menos essa afirmação é bem fundamentada filosoficamente e pouco teólogos ou pastores a levam em conta. mas para a maioria que afirma essa convicção ela se baseia em uma razão utilitária. de fato, Deus não é um bem, uma mercadoria, as igrejas não podem compra-lo, e não tem a ver com os projetos que buscam a abundância material ou o aspecto progressivo do capitalismo. é claro o despreparo das igrejas para tocar no tema e a ingenuidade de sua pregação, que ousam se colocar como representantes de Deus e falar em seu nome. como discute Karl Barth, os homens tem uma promessa, cujo cumprimento pertence a Deus. entre ambos media a fé. ela não permite falar do cumprimento, ou da existência ou não de Deus. para nós Ele sempre viverá muito longe do que podemos ver ou sentir, em uma esfera própria, sua. podemos ter a promessa e a fé, mas falar de Deus ou pregar sobre Ele em uma igreja é sempre crítico. por isso a crítica do que as próprias igrejas fazem e afirmam deve ser sua e nossa responsabilidade, mas isto é muito diverso de uma afirmação sobre a “existência” de Deus, como se Ele fosse um de nós e pudéssemos encontrá-lo por aí no mundo.

                                                        Igor Zanoni

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