Para fugir dos medicamentos que a indústria
farmacêutica multiplica aos borbotões, caros e com um infinitos efeitos
colaterais, passei a consultar a cada três meses meu antigo médico homeopata,
espírita e quase milagreiro, dr. Mário Nogarolli. Os medicamentos precisam, é
claro, ser manipulados por um bom laboratório e depois de ter muito trabalho
com horários das entregas e com os preços que também andam subindo na medicina
dita alternativa, encontrei uma pequena farmácia perto da reitoria, bem no meu
caminho diário. Acabei criando uma rotina de mandar fazer frascos sem fim de
grafiti e arnica e comprimidos na
dosagem adequada de vitaminas e magnésio. Tornei-me mais disposto, as gripes de
Curitiba rarearam e se tornou prazeroso entrar ali, conversar um pouco e beber
um chá colocado ao lado do balcão. Também passei a aproveitar ofertas de batom
para presentear minha neta e perguntar por outros produtos como sabonetes de
glicerina ou comprimidos de gingko biloba. Mas meu encanto se derreteu na
semana passada quando entrei para perguntar se podiam repetir sem receita um
medicamento que havia tomado há algum tempo. Senti a loja diferente sem atinar
o motivo e depois de conversar com uma moça ruiva sobre o que eu queria quase
gritei sem perceber o que fazia: -” Cadê aquela morena que me atende sempre?”.
A moça respondeu: “Ela não trabalha mais nesta loja, foi para a nossa matriz”.
Ficou claro que a homeopatia não é tão boa quanto eu sonhava.
Igor Zanoni
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