as fotos dos candidatos na próxima eleição, como aliás
em todas elas, mostram-nos discursando, como grandes tribunos, mesmo que eles estejam
sempre em um oligopólio político muito concentrado e se limitem a seguir as
lideranças e a atender clientelas específicas. mesmo candidatos ao executivo,
em qualquer nível deste, procuram mostrar-se como lúcidos e pertinentes por uma
fala supostamente oportuna na qual a intenção didática busca eleitores que
possam ser convencidos por uma razão, não do Estado mas do benefício público. os
candidatos mostram suas vantagens, como possuir valores ideais de ética, e ao
mesmo tempo sua capacidade de atender interesses, no limite, o interesse do
Paraná, ou de São Paulo, e assim por diante, mesmo que não fique claro quem é o
Paraná ou São Paulo, ou Brasil. desgarram-se do empírico e do sensível, que
deveria estar na base da ética, para compor um teatro bruto e banal recheado de
conceitos tão unânimes como confusos e mal explicados, como a estabilidade da
economia, o real valor das passagens de ônibus e tantos outros. o dinheiro e o
poder que constituem as traves da cena poderiam ser lembrados como as fezes que
a criança não elimina porque lhe dá prazer retê-las tanto quanto possível. o
gozo de tão poucos quer travestir-se como nosso, das pessoas comuns, mesmo que
em passadas rápidas destrua todo nosso espaço de possibilidades existenciais.
Igor Zanoni
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