os economistas entre outros cientistas sociais quase deixaram
uma prática saudável de ler nossos próprios pensadores, aqueles que viveram um
tempo e tiveram uma atuação propondo uma real ruptura com nosso passado
colonial e a construção de uma sociedade solidária a partir de nossos nexos
culturais. um dos pensadores mais visados pelo pensamento único que está por
toda parte é Rui Barbosa, por ter criado, a partir de predecessores como Mauá,
uma visão de moeda e crédito originais que buscou dissolver a hegemonia inglesa
sobre as finanças públicas e a expansão industrial. sua passagem pelo
Ministério da Fazenda no Governo Provisório é exorcizada por ter provocado uma
malfadada inflação, o maior pecado de uma economia acreditável, segundo os
críticos de Keynes ( o Keynes que esses críticos conseguem ver e que tem pouco
a ver com ele mesmo), ainda que também tenha dado nascimento a um grande núcleo
de indústrias que ficaram em pé após a crise do chamado Encilhamento. os mais
velhos lembram de um tempo em que os cadernos escolares traziam estampada a
Oração aos Moços e ouviram um baião de Jackson do Pandeiro cantando a inteligência
de Rui e dos baianos todos e agradecendo à Providência por nascer na Bahia. mas
esta é história velha, à qual se é obrigado a voltar todavia.
Igor Zanoni
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