Desde minha graduação li em Marx e muitos marxistas a tese de que o desenvolvimento capitalista conduziria a uma apartação social e existencial crescentes, na qual o característico desse desenvolvimento seria a produção de alienação de si e dos seus laços, para o homem comum, e uma perda de domínio sobre as fontes que permitem a vida: o ambiente, o substrato material de todos os dias, e a percepção de que o mundo está muito longe de poder ser algo apropriável para a maior parte de nós, coerente conosco, e que pouco ou nada nos é possível fazer diante da armadura do poder da riqueza . Muitos pretenderam civilizar o capitalismo, keynesianos e marxistas ocidentais diversos, negando a base “científica” da visão de Marx. Deixando de recorrer ao que seja a “ciência” e sua hiper-valorização, é claro que Marx logo percebeu uma lei tendencial, como se dizia, da vida societária moderna, foi existencialista tanto quanto Dostoiévski, poeta da nossa perdição cantando a perda do paraíso tão clara para Milton e os românticos ingleses, transcreveu Goethe em culta economia política, carnavalizando sua ideologia de progresso, ordem, harmonia social, o mundo ideal para a natureza humana.
Igor Zanoni
Nenhum comentário:
Postar um comentário