em sua meninice inquieta o entorno a constrange, não
há um lugar que diga ser seu mas também sente como seu o que ama e lhe faz
falta a partir de um pequeno indício, um acontecido do dia, provocando um
deslocamento de um lugar impreciso para um sentimento ao mesmo tempo amoroso e
doloroso. aí se concentra por um tempo, tempo que lembra as festas e os finais
de semana, o cuidado, as atividades feitas junto, a necessidade de estar ali e
o bom que é estar, todavia consumida em uma chama que deveria estar queimando o
mundo, se é que o mundo basta e não é preciso queimar todo o cosmo. então inventa
projetos, mas todos se referem a coisas
pequenas de que o futuro depende, coisas que ama mas não sabe ainda bem como
começar e que não são para agora. de fato há mil começos mas qual escolher, é
possível ser uma anarquista serena e organizada, é possível, por exemplo,
percorrer trilhas de bicicleta, deixar de comer carne e ler autores que falem
possivelmente de si ou nos quais pense poder se buscar, mas há uma imensa vitalidade
difícil de conter, uma energia que é amor mas quanto amor ela requer? como ser
capaz desse amor e ter serenidade? mas isto, é claro, sou eu falando, pode ser
que ela possua uma visão muito diversa, o que ela pensa de si mesma? mas viver
não é pensar assim como pensar não é viver. há pessoas que se mostram, outras
não, podemos vê-las, um pouco apenas, mas vale a pena tê-las encontrado!
Igor Zanoni
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