depois do almoço é preciso esperar uma hora para fazer
qualquer coisa, mesmo ler. terminado esse tédio incompreensível me faço ao
largo com todas as minhas treze caravelas na professor jorge henning’s,
preparando-me entretanto para seu mormaço e as frequentes calmarias. uma quadra
tem cem metros, custa muito o chocalho do vendedor de biju começar a ser
ouvido, depois ficar bem forte para eu me aproximar, girar o ponteiro e
descobrir a quantos terei direito. biju é mais gostoso que algodão doce e esses
picolés de fruta que são os que mais têm, embora também se tenha de comprar
esses porque senão a pasmaceira ficaria grande demais na tarde toda. aqui não
existe tempo, demorei muito a perceber a existência do tempo. já o espaço vi
logo que é imenso. muito bom para poder jogar bet’s quando se acha tijolo e o
orest e a natália, que são altos e rápidos estão com vontade. o paulinho gosta
mais de jogar botão, o martim é muito pequeno, o ito gosta de futebol como o
djalma e o dalton. mas o essencial de tudo isso é que a natália joga colocando
a vida. a melhor forma sob a qual som cor
movimento ritmo beleza (que mais dizer?) transtornam meu marasmo dá-se quando
ocorre a inacreditável sorte de minhas caravelas, perdendo-se em tanto mar,
encontrar uma bravia russa disposta nem sei bem a que, não consigo perguntar na
minha tonta timidez. mas não tenho o que perguntar também, não sei fazer
perguntas, isso vem em um tempo que ainda desconheço, se vier.
Igor Zanoni
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