sempre gostei de crianças e jovens, meus irmãos foram
boa companhia na infância e adolescência, tenho vários filhos, sobrinhos,
sobrinhos-netos e uma neta preciosa. também tive diversos amigos, muito
próximos, desde muito pequeno, lembro de seus nomes, do que fazíamos, e mais
tarde minha juventude teria sido insuportável sem alguns, não muitos. mantenho
algum contato com diversos, telefono, escrevo, vejo pelo facebook. embora ser
professor da maneira que escolhi ser traga bastante carga emocional, não
imagino que pudesse fazer outra coisa na vida. ainda se pensa que escrever,
oferecer cursos e estudar demanda, em especial, muitíssimas horas de leitura
árdua e solitária, como a atividade de um monge buscando o céu em uma cela, mas
acho que demanda antes conversa, disponibilidade para perceber as interrogações
sobre muitos temas dos estudantes e dos colegas, sensibilidade para suas
emoções e expectativas. aprender não apenas é um exercício coletivo e criativo
como articula compreensão e afeto, bem como ansiedade e inclusive angústia e
dilemas muito difíceis. eu não teria entendido da missa a metade sem alguns
alunos que se tornaram especialmente caros para mim, que viram tanto e melhor
que eu, assim como o melhor da minha vida em casa foi rolar no tapete, jogar
bola, fazer pipas, ir a parques, comer pizza com os amigos de meus filhos e
tantas outras diversões e prazeres de uma amizade que só nasce desta forma,
mesmo entre os infortúnios de que a vida é às vezes cheia.
Igor Zanoni
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