Pressa
Minhas costas descascando sob o sol,
as penas das aves que crescem e caem,
os exoesqueletos nos troncos das árvores,
dizem:
“Somos tanto renovação quanto morte.
Somos espectros de um tempo cíclico e infinito”.
Temos pressa porque não compreendemos a essência.
O tempo não voa,
ele dobra a esquina, e mais três esquinas está no mesmo lugar.
Temos pressa porque estamos carentes, inseguros
Temos pressa porque tememos e ansiamos a morte
Temos pressa porque no vórtice da modernidade
preenchemos o tempo com o vazio da alma,
e é insuportável.
Bruno Leão
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